PENSAR,
PENSAR – “Fim da Lei Rouanet causaria apagão em Orquestras, Museus e Musicais
no país” – Logo cedo me deparei com essa manchete num site e, me veio a imagem
de muitas pessoas reagindo com um “mas quem precisa mesmo dessas coisas?!”.
Sim, em função de discussões recentes e envolvimento político, muita gente
parece que está voltando a entender cultura como coisa supérflua. Mas, será
que, se pensarmos um pouco, isso procede, mesmo? Eu diria: Meu amigo, amiga, vamos imaginar a vida de cada um de nós sem a cultura?
É simples: Vamos imaginar como seria nossa vida tirando, para começar, as
canções de ninar, estórias infantis como Os 3 Porquinhos, Pinóquio, Chapeuzinho
etc. Tiremos também as brincadeiras como amarelinha, bolas, bonecas, além do
folclore e causos contados da região, lendas, e dos próprios causos e tradições
de cada família. Ah, tiremos os gibis, revistas, traquinagens, fantasias,
livros, idas a cinemas, circos, teatros, gastronomia... tiremos as tantas
novelas, os programas de rádio ou TV, além de bailes, festas e aquelas
tardinhas ou noites curtindo música ao vivo ou eletrônica em barzinhos ou
boates. Conclusão: tirando a cultura de nossa vida, certamente sobraria alguém
trabalhando horas por dia sim, mas, sem senso de humor, sem senso crítico e
robotizado, pois quase tudo que vivemos antes e depois do trabalho envolve
cultura, tira o estresse e dá melhor sentido à nossa própria vida.
Agora, vamos
voltar à Lei Rouanet. É preciso lembrar que a lei é muito maior do que esses
casos de favorecimentos a alguns artistas, que devem mesmo ser condenados com
veemência. A Rouanet atua no apoio a muitos dos itens elencados acima, com
livros, produções de programas, oficinas formadoras, registro e resgates da
história, grupos culturais como alguns dos que visitam doentes em hospitais
etc. Se lembrarmos que muitas das enfermidades modernas são psicossomáticas,
decorrem da soma de fatores psicológicos e de estresse, por exemplo, temos que
admitir que a vida recheada com boa cultura evita muito desses males e seus
enormes gastos pessoais ou nacionais. Portanto, é muito melhor que se adeque,
fiscalize com rigor a aplicação da Lei e sejam cortadas as mamatas, do que
acabar com ela. Finalmente, é preciso entender a lógica, o processo de longos
anos que deram sentido e embasaram o surgimento das Leis de incentivo à cultura
pois, só assim, poderemos mensurar o tamanho do prejuízo que a extinção delas
traria às pessoas e ao país.
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