quinta-feira, 7 de maio de 2020

CULTURA E APOIO CULTURAL


PENSAR, PENSAR – “Fim da Lei Rouanet causaria apagão em Orquestras, Museus e Musicais no país” – Logo cedo me deparei com essa manchete num site e, me veio a imagem de muitas pessoas reagindo com um “mas quem precisa mesmo dessas coisas?!”. Sim, em função de discussões recentes e envolvimento político, muita gente parece que está voltando a entender cultura como coisa supérflua. Mas, será que, se pensarmos um pouco, isso procede, mesmo? Eu diria: Meu amigo, amiga, vamos imaginar a vida de cada um de nós sem a cultura? É simples: Vamos imaginar como seria nossa vida tirando, para começar, as canções de ninar, estórias infantis como Os 3 Porquinhos, Pinóquio, Chapeuzinho etc. Tiremos também as brincadeiras como amarelinha, bolas, bonecas, além do folclore e causos contados da região, lendas, e dos próprios causos e tradições de cada família. Ah, tiremos os gibis, revistas, traquinagens, fantasias, livros, idas a cinemas, circos, teatros, gastronomia... tiremos as tantas novelas, os programas de rádio ou TV, além de bailes, festas e aquelas tardinhas ou noites curtindo música ao vivo ou eletrônica em barzinhos ou boates. Conclusão: tirando a cultura de nossa vida, certamente sobraria alguém trabalhando horas por dia sim, mas, sem senso de humor, sem senso crítico e robotizado, pois quase tudo que vivemos antes e depois do trabalho envolve cultura, tira o estresse e dá melhor sentido à nossa própria vida.
Agora, vamos voltar à Lei Rouanet. É preciso lembrar que a lei é muito maior do que esses casos de favorecimentos a alguns artistas, que devem mesmo ser condenados com veemência. A Rouanet atua no apoio a muitos dos itens elencados acima, com livros, produções de programas, oficinas formadoras, registro e resgates da história, grupos culturais como alguns dos que visitam doentes em hospitais etc. Se lembrarmos que muitas das enfermidades modernas são psicossomáticas, decorrem da soma de fatores psicológicos e de estresse, por exemplo, temos que admitir que a vida recheada com boa cultura evita muito desses males e seus enormes gastos pessoais ou nacionais. Portanto, é muito melhor que se adeque, fiscalize com rigor a aplicação da Lei e sejam cortadas as mamatas, do que acabar com ela. Finalmente, é preciso entender a lógica, o processo de longos anos que deram sentido e embasaram o surgimento das Leis de incentivo à cultura pois, só assim, poderemos mensurar o tamanho do prejuízo que a extinção delas traria às pessoas e ao país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário